06/03/2025 - Comunidade escolar enfrenta atrasos em reforma e ensino híbrido prolongado em Novo Progresso
Estudantes se revezam entre aulas presenciais e ensino remoto enquanto aguardam conclusão das obras
A comunidade escolar da Escola Estadual Waldemar Lindermayer, localizada no bairro Cristo Rei, em Novo Progresso (PA), enfrenta dificuldades devido ao atraso nas obras de reforma da instituição. Desde 2022, a unidade passa por um processo de reconstrução, mas a interrupção dos trabalhos tem forçado a manutenção do ensino híbrido, o que preocupa professores e pais de alunos pelo impacto na aprendizagem e pela crescente evasão escolar.
De acordo com relatos de pais, os estudantes do ensino médio da escola seguem um esquema de revezamento para as aulas presenciais, enquanto nos demais dias ficam sem atividades. “Desde o início do ano, a escola Waldemar tem aulas três vezes por semana para o segundo ano do ensino médio, sem aulas online, e as crianças ficam sem fazer nada nos outros dias. Até quando vamos ficar assim?”, questionou um dos pais à reportagem do Jornal Folha do Progresso.
A escola possui 1.200 alunos matriculados, e em 2023 e 2024 parte dos estudantes precisou ser transferida temporariamente para outra unidade da rede municipal devido às reformas. No entanto, a solução não foi suficiente para suprir a demanda. Com o ensino híbrido e a falta de estrutura adequada, muitos alunos enfrentam dificuldades para acompanhar o conteúdo, já que nem todos possuem acesso à internet para assistir às aulas remotas. “Isso está fazendo a escola perder muitos alunos, pois os pais sentem o prejuízo no aprendizado dos filhos”, relatou um dos professores.
Obras paralisadas e repasses financeiros pendentes
As reformas na Escola Waldemar Lindermayer tiveram início em junho de 2022, com um investimento anunciado de R$ 5 milhões pelo Governo do Estado do Pará. No entanto, os serviços foram interrompidos desde o início de 2024, faltando a conclusão das salas de aula e outras melhorias previstas no projeto.
O diretor da escola, Gilberto Luiz dos Santos, confirmou que a paralisação das obras é de conhecimento das autoridades municipais e estaduais e que a instituição aguarda um posicionamento oficial para a retomada dos trabalhos. “O quadro de professores está completo, mas tivemos vários casos de dengue entre os docentes, o que também impactou o andamento das aulas. Graças a Deus, agora todos estão bem! Quanto às salas de aula, estamos providenciando outra escola para suprir a falta até a conclusão da obra”, afirmou.
Segundo relatos de professores, o motivo da paralisação estaria relacionado a atrasos nos repasses financeiros por parte da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) à empresa responsável pela obra. “A escola está há dois anos nessa reforma infindável, e desde o ano passado tudo parou de vez porque a construtora alegou que a Seduc não teria feito os pagamentos”, explicou uma professora da unidade.
Governo do estado promete apuração do caso
Diante da situação, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou que a unidade escolar faz parte do cronograma de reconstrução de escolas e que as causas da paralisação da obra serão investigadas. No entanto, até o momento, não há uma previsão concreta para a retomada dos trabalhos e a normalização das aulas.
Enquanto isso, a comunidade escolar segue pressionando as autoridades por uma solução urgente, temendo que os prejuízos à educação dos alunos se tornem irreversíveis. Para os pais, além da evasão escolar, a preocupação maior é com o futuro dos estudantes, que já enfrentam desafios devido às consequências da pandemia e agora lidam com mais um obstáculo para garantir um ensino de qualidade.
|